segunda-feira, 23 de maio de 2011

Inefável.

   Hoje, meu mundo está tão cansado. Essa noite, algumas estrelas se calaram. A chuva cai tão grotescamente sobre minha cabeça, a dor invade minhas lembranças e lágrimas exteriorizam-se de meus olhos. O céu levou tudo tão inesperadamente. Não houve despedida, nem um último eu te amo. Hoje, há somente saudade.

   Lá fora está tão frio, minhas mãos trêmulas denunciam meu verdadeiro estado e minha capa está a um fio de ser levada por um simples abraço. Aqui dentro é quente, meu olhar perdido ainda enxerga o brilho da estrela e meu coração ferido, sorri ao recordar de sua essência. O que eu sinto por dentro... São todas as coisas que não posso explicar e vou descrevendo.

   Alguém bate na porta. É a angústia, chamando-me para o auto-conhecimento. Feito o convite, minha percepção é redobrada e conheço outra sensação. É o desamparo, a agonia primitiva que veio abrigar-me assim que fiquei abandonado. Analiso-me, percebo que cheguei ao colapso de informações e imediatamente a quietude em mim se instala. 

   É o momento de reflexão, absorção do que foi doce e hoje está tão amargo. O céu, triste, chora por todas as vezes em que a terra foi feliz. Ele mais do que ninguém, sabe que a vida temporal precisa transcender. Como cometas caímos do cosmo, e como estrelas nos elevaremos sobre o universo. Da  identidade até a totalidade. Do amor até o amor.  

Um comentário:

  1. Égua do texto bonito, foda-se! Queria ter escrito ele. ahahaha
    =* congratulations

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