Preto: Pode ser você mesmo ao formular esta pergunta, ou quem levou os seus pensamentos a ficarem inquietos.
Branco: O que é ficar inquieto?
Preto: Não existe ociosidade mental. Se você está vivo, pensa, e se pensa, jamais se contentará com outro pensamento - poderá achá-lo agradável, mas nunca o suficiente.
Branco: Por isso os sábios apaixonam-se pela dúvida...
Preto: Na verdade, eles não são apaixonados pela dúvida, só se sentem mais ricos em poder expressar o seu Eu num simples "por quê?".
Branco: Entendo... a indagação de autoconhecimeto é infinita, pois a vida contempla-nos com ilimitadas experiências. No entanto, poucos enxergam seu real império. Por quê?
Preto: São muitas as razões, mas uma das mais temidas é a de não gostar de se autoconhecer. Não necessariamente por medo ou vergonha, mas pelo velho receio de mudar e não saber se a mudança valerá a pena...
Branco: Olhe para a Terra. Percebes o rumo em que ela navega? Conflitos em prol de poder elevam-se junto à tecnologia. Falta amor, sobra rancor. O erro não é ter medo de arriscar, mas em acomodar-se com o que está. Ou será sempre preciso que aconteça algo terrível para que o Homem desperte?
Preto: Então desperte! A Terra não é levada a navegar em ondas turbulentas. Ela é quem dita o seu rumo. Ou esquecestes que a Terra é um ser vivo, e que tudo o que fazemos (ou podemos fazer), jamais irá atropelar as leis da natureza? Nós, seres-humanos é que vivemos nos adaptando ao que Ela nos dá. Pensar na sua destruição como se fosse algo simples, é muita ingenuidade. A humanidade sempre presenteará este planeta com mentes iluminadas, lutando contra bravos guardiões de uma legião de ignorantes fatalistas, que por falta de um pouco de luz só enxergam as trevas (dos seus próprios medos).
Branco: Nós anônimos questionadores, somos o farol dos poucos olhos que estão abertos. Os poderosos tentam ao máximo alienar-nos, seja atráves de governo, religião e até educação. Sim, cada vez mais formam-se mentes passivas, psicóticas e submissas. Nossas psiques precisam urgentemente de uma revolução. Há poucos iluminados, alguns pessimistas e muitos condescendentes. De que lado você está?
Preto: Devo matar-te para responder, ou ser livre para contigo arriscar-me a morrer?
Branco: Quem não se arrisca pela própria liberdade, morto já está. Sois então um farol como eu, que a ti me arrisquei e comecei a viver.
Preto: Por que devo ser diferente de ti, para eu te ser um risco? Não consegues ver-me além das aparências?
Branco: Perdoe-me. Frágil por natureza, desconfio por sobrevivência. Ameaço por instinto, mas amarei-te como amigo. Deixemos que os outros joguem, concordas?
Preto: Plenamente, pois não somos os únicos em importância neste jogo...
Preto: Devo matar-te para responder, ou ser livre para contigo arriscar-me a morrer?
Branco: Quem não se arrisca pela própria liberdade, morto já está. Sois então um farol como eu, que a ti me arrisquei e comecei a viver.
Preto: Por que devo ser diferente de ti, para eu te ser um risco? Não consegues ver-me além das aparências?
Branco: Perdoe-me. Frágil por natureza, desconfio por sobrevivência. Ameaço por instinto, mas amarei-te como amigo. Deixemos que os outros joguem, concordas?
Preto: Plenamente, pois não somos os únicos em importância neste jogo...
Feriado
ResponderExcluirAchei que estivesse fumando cigarro.
Achei que estivesse acendido um cigarro.
Vou passar o café...
Cigarro e café combinam, são quase irmãos.
Bala de canela e ligações de madrugada também se combinam.
Quero te ouvir e fui repreendido.
Só que agora as doses são diferentes,
Diferentes essências são.
Diferença, aliás, foi o que senti hoje de noitinha antes de chegar aqui.
Finalmente dei uma golada no café...
Acendi o cigarro.
Meu pai foi visitar o tio dele.
Penso naqueles que poderiam estar aqui.
Penso naquelas que aqui estariam.
Olho a fotografia na parede e rememoro momentos...
Sensações...
Músicas e formas.
Cinzas de mim estão depositadas no cinzeiro.
Não posso avistar a lua.
Penteio os cabelos como os de tempos atrás e quero fugir.
Mosquitos seguem-me.
Dou a última tragada rumo ao esquecimento.
(Felipe Coelho)