O Príncipe (Meu Oceano).

    Em uma época não muito distante, havia um príncipe. Diferente de todos os outros do qual já se ouviu falar, este príncipe não tinha castelo. Tampouco era da realeza. Não havia rei, não havia rainha. Nem sequer princesa. Haviam bobos da corte por todo o povoado, mas nenhum conselheiro ou amigo estava ao seu lado. 

   Carente de algo, o príncipe foi em busca do inefável. Ele buscara algo maior. Algo que supra tudo aquilo que os outros príncipes tinham e ele não. O solitário príncipe resolve então, ir em busca de sua tão sonhada princesa. E viajando por vários reinos encontrou vários tipos ou projetos de princesa. Apaixonou-se por algumas. Desde a mais confusa até a mais dolosa. Todavia, por anos procurou a sua princesa e nunca a encontrou. 

   O príncipe então retorna ao seu reino. Infeliz, indagava-se pelos cantos de seus aposentos: "De que adianta conhecer tantas princesas e nenhuma  fazer o meu coração vibrar? Muitas o fizeram até sangrar!" O príncipe então chora. E clama: "Minha princesa... Não sei mais aonde procura-lá. Será que você existe? Para falar a verdade, não sei mais nem se sou um príncipe..." 

   Sem objetivos, o príncipe saí e continua andando em rumo ao desconhecido. E sem querer, encontra um oceano jamais visto. Perto das cachoeiras, passando aquele monte de pedras e areia. Ele ficara surpreso ao saber que não há reis,  rainhas, príncipes ou princesas. Longe de qualquer hegemonia ou tradição, ele reconhece a liberdade. Em frente ao seu próprio ninho... Nem mais, nem menos do que isso. Um Homem. É assim que ele quer ser reconhecido.

   Passam-se meses e ainda sim, quase todos os dias o Homem vai até o seu oceano. Pensar. Refletir. Se encontrar. No entanto, um dia é pego de surpresa ao ouvir uma suave voz perguntando: "Por que você vem aqui? E porque você fica rondando?" Assustado, o Homem pede desculpas e ao virar-se não encontra ninguém. Mas se questiona: "Cadê Você?"