Se no último dia de minha vida eu for trancafiado, preso ou algo semelhante, confiante estou de não morrer de tédio. Em toda a minha existência pudera eu ficar doente de tudo, menos da consciência! Eis meu único pedido ao criador...
Que loucura são estas imagens que exigem ser transpassadas para a escrita! Minhas ideias misturam-se com o todo percebido e dessa mistura brota confusão, alegria, desespero e qualquer outro produto da consciência humana. Aliás, devo confessar que estou tratando cada vez mais de minha doença: a genialidade. Às vezes me sinto só quando penso que sou o seu único portador. Deve ser mais um sintoma.
O barulho do vento, e o canto dos pássaros seguido do silêncio de casa terminam num eco, outro devaneio. Ao levantar da cama olho para o relógio pensando no tempo que passou e penso que quanto mais eu olhar mais ele vai passar e assim como ele o canto das aves desaparecerá. Apenas eu estarei lá - lembrarei disso toda vez que repousar - devaneio genial esse que sempre tenho, à me motivar.
De toda lembrança reconheço que o maior erro é escolher ser quem você não quer ser. Ou mudar aquilo que você quer para o que precisa. Ora bolas, se for mudar altere o que necessita, não você mesmo. Se a genialidade se faz presente ante a genética e o meio social, posso afirmar que sou um gênio na arte de devanear.
Eu acredito que o devaneio não esta longe ou separado da abstração. Podem até ser a mesma coisa, o processo final da consciência do ser. Por consequente, toda abstração é fruto da imaginação, que só se transforma quando dotada de razão. Sendo assim, de nós não se cria nada, se transforma. E nesse processo o mais gostoso é compreender que aquele que sonha, é um gênio ao trazer a brincadeira para a sua própria realidade.