quinta-feira, 16 de junho de 2011

Psique.

   Eu que vagueio colecionando corações alheios, faço esquecer a essência de meu peito. Outrora mole, presentemente pedra. É tempo de abrir-me, fazer confidências. Com o coração nas mãos, toda a sinceridade e o máximo de empenho, te deixo, coração artificial.

   Mais que um órgão oco envolto pelo pericárdio,  longe desse insensível gelo, Eu clamo aos ventos da generosidade menos capital e mais terra. Deveríamos nadar pelos rios da compaixão, e não afogarmo-Nos no redemoinho do egoísmo. Quero ensinar-lhe à deixar acesa a chama do amor, para não te queimares com a paixão. Derreter-te com emoções é o que almejo, sei que tens sede à afetividade, pois és igual a mim. 

   Você vai me ouvir ou precisará sofrer para entender que somos um só? Pare de viver pela metade. Correndo, perdendo. Castigando-se. De que adianta saber, sentir e não seguir? Você pode experimentar tudo. Mas, se não confia em Mim, não confia em ninguém. Nem em você mesmo.

   Transparência enaltece, atraindo pessoas que venham a compartilhar, e assim somar a vida conosco. Deixe de ser um colecionador de mágoas e torne-se um semeador de idéias. Expulse a inospitalidade que há em você, dê lugar à sabedoria. Ame-se psique...

2 comentários:

  1. olha, meu querido, vc anda escrevendo cada vez melhor. Das duas uma: ou escreves logo um livro ou viras padre.
    bonita tanta compaixão.
    ahahaa =*

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  2. Vazio do que era Cheio


    A desilusão nos faz parar, mudar de sentido.
    Anuncia, como a aurora, o novo caminho.
    A estrela que emanava brilhantes sorrisos...
    Ao longo dos segundos deixou de irradiar prazeres,
    Perdeu a força entrando numa nova órbita.
    Afastou-se do falso alimento.

    Quero novas estrelas, novos campos gravitacionais.


    Avistava, na noite quente, diversas constelações e novos planetas.
    Todos cumpriam sua função.
    Na noite fria, ficava a lembrança da velha estrela que se fora...
    Solitariamente imaginava sua trajetória.
    Autoflagelação, sofrimento, angústia e remorso.
    Vislumbrava seguir o seu rumo feito um satélite.

    O ciclo nos afastou.


    Muito raramente esse astro perdido cruzava o meu curso e nos alinhávamos.
    Eclipses aconteciam.
    Madrugada virava uma intensa tarde de verão...
    Sem perceber as alterações do meu polo magnético,
    Repelia a estimada companheira.
    Estou só no universo.

    Marcho a um extenso buraco negro.


    (Felipe Coelho)

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