sábado, 27 de junho de 2015

Saiba Que O Meu Medo Será A Sua Melhor Cicatriz.

               Olhe para mim... Nem tente me convencer de que sua postura é uma falha impressão minha; toda vez que vou de encontro as suas ideias, o seu corpo sempre vem ao encontro do meu... Deixe-me sussurrar no seu ouvido; gosto de contrariar sua razão, tua expressão conjunta de surpresa e perdida, só aumentam meu vicio por você. 

                  Presenteie-me com o teu sorriso. Me ensina a sonhar. Pinte-me de infinitas cores. Não quero ficar sentado, acho que eu gosto assim, com vontade... brigando, brincando, brindando. Mas abra seus olhos ou você não vai pensar direito. Se você não se segurar, ainda que eu tenha o intuito de cuidar, vou te machucar em algum lugar próximo à minha solidão. O meu amor é difícil, tem caráter pesado, intenso. Se você não consegue entender ele, compreenda ao menos a escolha do seu próprio coração e sua maior responsabilidade: ser feliz; às vezes é difícil admitir algumas coisas para si mesmo, mas o objetivo de cada ser é se satisfazer. 

            Talvez eu goste de te fantasiar, buscar justificativas para as falhas do meu afeto ou ocultar minha frieza e provável incapacidade de amar. Saiba que sou metade antissocial, irresponsável ante as dores outrem e pouco satisfeito. Mas, talvez o ilógico esteja em você que se deixa cativar por esta dramatização; talvez, talvez...

     

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Kitsch Existencial: O Invisível Inimigo Da Individualidade Humana.

     A existência humana parece resistir à reflexão de sua própria decifração, criando um ciclo maior de enigmas, ainda que por força do acaso ou de suas próprias escolhas. À sua maneira, cada indivíduo experimenta o peso da vida, ainda que a mesma seja leve e insustentável. Esta renovação não nos permite estagnar o nosso saber, de modo que para vivermos com saúde, precisamos exercitar permanentemente o auto conhecimento.
   
        Pensadores adoram discorrer sobre o eterno retorno de si mesmo; a alma e o corpo; a leveza e o peso, ainda que suas palavras sejam incompreendidas. Se as coisas nos aparecem sem o porque de terem sido criadas é porque neste mundo tudo é permitido e ao mesmo tempo perdoado. No século VI a.C. Parmênides disse que o universo esta dividido em pares de contrários, tal qual a leveza seria positiva e o peso negativo. Friedrich Nietzsche argumentava que a ideia do eterno retorno era o pior dos fardos. Mas, seria esse interminável processo de reencontro ao sofrimento um constante peso emocional? Não apresentaria o comportamento nostálgico certa leveza em seu próprio ato?

     Para o romancista tcheco Milan Kundera, os extremos delimitam a fronteira além da qual a vida termina, e a paixão pelo extremismo, em arte como em política, é desejo de morte disfarçado. Não obstante, Kundera disse que para a maioria dos homens, viver significa ver e ressaltava a sua dupla limitação: a luz intensa, que cega, e a escuridão total (discordância daquilo que vê, a negação do que é visto, a recusa de ver). Kafka, outro grande escritor, aborda o mesmo tema neste belo aforismo: "A verdade é tudo aquilo que o homem precisa para viver, não pode ganhar nem comprar dos outros. Todo homem deve produzí-la sempre no seu íntimo, se não ele se arruína. Viver sem a verdade é impossível, mas não exagere o culto da verdade. Não há um único homem no mundo, que não tenha mentido e muitas vezes com razão". Destarte, como se vive, afinal, na verdade?

     A vida humana só acontece uma vez e não poderemos jamais verificar qual seria a boa ou a má decisão, porque em todas as situações, só podemos decidir uma vez. Não nos é dada uma segunda, uma terceira, uma quarta vida para que possamos comparar decisões diferentes. Todos os raciocínios são apenas um jogo de hipóteses. A unicidade do "eu" se esconde exatamente no que o ser humano tem de inimaginável.  Só podemos imaginar o que é idêntico em todos os seres, o que lhes é comum. O "eu" individual é o que se distingue do geral. Parece que existe no cérebro uma zona específica, que poderíamos chamar memória poética e que registra o que nos encantou, o que nos comoveu, o que dá beleza à nossa vida. Toda metáfora é perigosa. O amor começa no instante em que algo ou alguém se inscreve com uma palavra em nossa memória poética. A história é tão leve quanto a vida do indivíduo, como uma coisa que vai desaparecer amanhã. A diferença entre o otimista e o pessimista reside justamente na utopia de que há um amanhã. Que em uma das bifurcações a história humana é menos dolorosa e, em outra mais.   

     Como é estreita a margem dos dois pólos da existência humana. Platão dizia que o amor é o desejo dessa parte perdida de nós mesmos. Em alguns casos essa proximidade pode causar perca parcial ou total das dimensões da existência humana, gerando uma certa vertigem bio-psico-social. Para o filósofo Immanuel Kant, o ser humano não é um fim em si mesmo, mas um membro no reino dos membros - uma associação de seres racionais sob leis comuns à todos. Por seguinte, Kant defendia uma ordem da razão (imperativo) nesse reino/sistema que seriam três: "Age somente, segundo uma máxima tal, que possas querer ao mesmo tempo que se torne lei universal" (Imperativo Categórico); "Age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se , por tua vontade, lei universal da natureza" (Imperativo Universal) e "Age de tal modo que possas usar a humanidade, tanto em tua pessoa como na de qualquer outro, sempre com um fim ao mesmo tempo e nunca apenas como um meio" (Imperativo Prático). Contudo quantas vezes, mesmo os que defendem a vida ou a vida humana não o fazem de maneira tão dogmática e intransigente que acabam por tratar os outros homens como apenas coisas? 

   Retomando Kundera, a  merda (ignorância) é um problema teológico mais espinhoso que o mal. Se Deus deu liberdade ao homem, podemos admitir que ele não é o responsável pelos crimes da humanidade. Mas a responsabilidade pela merda cabe inteiramente àquele que criou o homem, e somente a ele... O alemão Leibniz através de sua obra Ensaio de teodiceia, justifica a existência de Deus a partir da problematização da aparição do mal e da bondade de Deus. Logo, qual seria então a teodiceia da merda (ignorância)? Pouco importa como ou por quem fomos criados. A crença de que o universo foi criado como devia ser e que o ser humano é bom pode ser a teodiceia da merda... A ideia de que o que não é bom seja negado e, o comportar-se como se a merda não existisse é denominado kitsch. Esse ideal estético de negação absoluta da merda, exclui do campo visual tudo o que a existência humana tem de inaceitável. Por fazer uso da sensibilidade, não é conveniente que a razão faça objeções, assim, faz do coração humano um sistema ditatorial. Perceba que esta ditadura implícita é o ideal estético de todo movimento político e, qualquer fraternidade entre todos os homens não poderá ter outra base senão o kitsch. 

     Numa sociedade onde coexistem diversas correntes e suas influências anulam ou limitam-se mutuamente, seria possível ao individuo não ser contaminado pelo kitsch e, assim salvar sua originalidade? Mas será que o próprio individuo intrinsecamente não carrega o kitsch? Todos nós temos necessidade de ser olhados. Seja por infinito olhares anônimos, fraternais, do ser amado ou olhares imaginários (o mais raro, tipico de quem é sonhador). Se o kitsch faz parte da condição humana, qual seria o fundamento do ser e, para que existe este acordo categórico com o kitsch? Para a vida pouco importa como ou por quem esse elo foi criado. Não podemos escapar dessa linha tênue entre o ser e o esquecimento. Coube a nós o equilíbrio desse reino/sistema, através das leis por ele criadas (leis naturais). Portanto, para vivermos com saúde devemos zelar pelo nosso organismo (racionalmente e intuitivamente), a fim de estar em harmonia consigo mesmo.  

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O Sistema Escolar E Sua Práxis Política.

     Não é nenhuma novidade saber que a escola apresenta-se, hoje, como uma das instituições sociais mais criticadas do país. Delegou-se às escolas a missão de transmitir cultura e, com ela, valores sociais e morais para as crianças e jovens do nosso Brasil. Pode-se dizer que é uma criação social do homem, que tem como objetivo central fazer com que os pequeninos deixem os comportamentos dos pais e adotem os ideais da sociedade como modelo de vida, aumentando sua dependência ao grupo social.

     Em comunidades primitivas educar não estava associado a nenhuma instituição e, com liberdade, família e meio social incumbiam-se de ensinar através da experiência (conhecimento empírico). A Ciência argumenta que a partir do século V d.C. a educação criou um laço dependente à escola e indivíduos específicos transmitiam o saber em espaços reservados para tal atividade. Contudo, poucos iam à escola, pois esta era destinada às elites. A educação transmitida na Idade Média era estritamente ligada ao contexto a qual sua sociedade vivia (algo muito semelhante ao que acontece em países comunistas e ditatoriais em pleno século XXI). Logo, a cultura da aristocracia e os conhecimentos religiosos eram a base de toda informação, havendo pouco ou nenhum espaço para divergências e questionamentos. Todavia, esse privilégio rompeu-se parcialmente com a revolução industrial no século XIX. 

     O desenvolvimento da industrialização trouxe a necessidade de levar o trabalho para fora de casa, isto é, cada um conquistou seu espaço individual (lar) e ganhou um coletivo (fábrica). Assim, desenvolveu-se não só a estrutura educacional como a familiar, que não podia mais preparar sozinha seus filhos para tal ambiente social. Nesse momento, a escola tornou-se uma instituição especializada, já que a industrialização levou à sofisticação tecnológica, requerendo um saber cada vez mais especializado. A consequência dessa renovação deixou o controle educacional nas mãos das fábricas (patrões) que, após longas lutas e pressões, cederam a tão almejada universalização escolar exigida pela classe trabalhadora.















     Perceber que a escola torna-se a mais moderna e ampla relação entre criança e sociedade é captar a essência social do fator educação. Entretanto, como um ideal tão perfeito apresenta inúmeros problemas? Certa vez, o naturalista Charles Darwin (Origem das Espécies) disse: "Enquanto meio de educação, a escola para mim foi um simples vazio". Provavelmente, o pai da Teoria da Evolução encontrou divergências no aspecto teórico e prático, ou seja, conflitos nas concepções pedagógicas e na realidade cotidiana. Pode-se dizer que Darwin notou aquilo que chamamos de "desvio escolar", a ilusão de ensinar isoladamente o aluno a viver na sociedade, quando o mesmo já vive na sociedade. É fácil presumir que a escola não reconheça seus próprios erros e, ainda culpa seus alunos pelo fracasso que é basicamente explicado pelo mal desempenho do aluno.

     Por muito tempo a grande dúvida pedagógica era, ensinar a resposta aos alunos sem que eles tenham feito as perguntas, ou estimular as perguntas e menosprezar a importância de se obter respostas? A função da escola é reconhecer o saber através de cursos e diplomas, que serão passaportes para a vida social. Mas, para serve este conhecimento? Esta é a pergunta que fica. A escola deve ensinar e estimular os alunos não só a perguntar, mas a valorizar a resposta. O famoso físico Albert Eistein desenvolveu inúmeras teorias e algumas de suas percepções serviram de base para outras (teoria quântica), entretanto, há um pensamento muito simples e curioso desse cientista que cai como uma luva para o assunto abordado, eis aqui: "Se eu tivesse uma hora para resolver um problema e minha vida dependesse dessa solução, eu passaria 55 minutos definindo a pergunta certa a se fazer. Porque quando eu soubesse a pergunta correta, poderia resolver o problema em menos de cinco minutos".




     É preciso injetar realidade na escola. A vida escolar deve estar articulada com a vida social de modo que, a família seja responsável pela construção moral de seus filhos, sendo o alfabetizar apenas um processo que capacita a integração social do individuo. Os professores são a ferramenta da educação na escola, assim, é de suma importância compreendermos a correlação que estabelecem com os alunos, sendo este o processo que sustenta a vida escolar. Ignorar as diferenças é trabalhar para aprofundá-las. Alguns pensadores acreditam que a escola é um aparelho ideológico do Estado com a finalidade de reproduzir a mão-de-obra submissa e a ideologia dominante.

     Na prática a escola é um local de troca, de absorção de informação e de aprendizado da investigação. É o local comum em que podemos adquirir a ideia do tempo histórico e da transformação que a humanidade produziu. É uma das várias instituições existentes na sociedade, logo, ela não pode ser considerada a única responsável pela submissão e reprodução dos valores dominantes. As transformações sociais ocorrem de forma mais ampla, abrangendo outras instituições sociais, como os meios de comunicação de massa, o Congresso Nacional e as leis.

     Nada nasce pronto. Tudo se modifica ao longo do tempo e, se tratando de escola esta se transforma através da prática social - que nós também fazemos parte - resultando num sistema complexo. Todo o trabalho desta instituição social deve estar voltado para a realidade e não controlado pela parte popular que retém o poder da sociedade. Piaget, um importante pensador do século XX, dizia que: "A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe."


     É natural existir certa discrepância entre teoria e práxis político-educacionais, todavia deve-se perceber qual é a intenção de uma política educacional, esta pode ser clara e visível ou então obscura e camuflada. Consequentemente, encontraremos outro aspecto - senão o mais importante - o poder. Em contextos autoritários é normal predominar uma política idealista e unilateral, no entanto nossa cultura é democrática e, de certo modo (ínfimo), participamos das decisões políticas do Brasil. Portanto pare de berrar aos quatro ventos, deixe de lado o seu papel de vítima político-social e agradeça por ter o direito de manifestar sua opinião.

     Em vista dos argumentos apresentados, concluirei o texto com esta citação do renomado educador brasileiro Paulo Freire: "Uma das condições necessárias para que nos tornemos um intelectual que não teme a mudança é a percepção e a aceitação de que não há vida na imobilidade. De que não há progresso na estagnação. De que, se sou, na verdade, social e politicamente responsável, não posso me acomodar às estruturas injustas da sociedade. Não posso, traindo a vida, bendizê-las. Ninguém nasce feito. Vamos nos fazendo aos poucos na prática social de que tomamos parte.".  

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Nous.

Aparência ou inteligência?
Palpável ou apalpável?
Que energia é essa que nos atrai à alguém e vice-versa?
Singelo acaso é seu nome?
Ou seria o complexo destino?

Nos lances da vida, há tantas perguntas e poucas respostas
De fato, determinamos quem somos pelo que procuramos
Verdade, vingança, respostas...

Todos querem fechar o que é interminável
Poucos abrem o mundo do inefável
Mas a subjetividade
É minha única verdade
Meu porta-chaves...

Eu queria entender a lei
Onde bobo-da-corte é rei
E aos conselheiros não dão ouvidos...

O enigma da diversidade:
Se o arco-íris é perfeito
Porque separar as cores?
Nosso demasiado defeito...

Querem unificar os idiomas
Controlar o comportamento
Ampliar o bom senso
Mas eu me pergunto:
Até onde vai esse precário entendimento?

Eu sou a constante inquietação
Daquilo que é instável e exato
Eu sou a linha tênue da dualidade
Eu sou aquilo que você quer
E consegue perceber
Eu sou Você
Eu sou Eu
Eu sou Nós.


domingo, 18 de maio de 2014

Me Toque.

     Não vá em frente... Enfrente! Sentimento não necessita explicação. Um afeto puro derruba qualquer possível complicação. Tenha fé, não acabou. Meu bem, se você realmente acredita em sinais, volte a brilhar.
     
      Você pensa que isso não passa de uma brincadeira. Eu penso que é um desperdício não tornar isto real. A gente não se toca, mas deveria se tocar... Não deveria ser tão complicado. Eu acho que deveríamos tentar. Você quer nos ajudar? Apenas role os dados. Esteja atenta. Irão surgir oportunidades. Renove-se. 

      Meu coração risonho, palpita de alegria quando lembra de você. Ele não te analisa, só recorda, desde aquele barulhinho esquisito que fazes ao rir, um simples bocejo ou até uma frase comum dita de maneira doce. Eu gosto da sua implicância, mas prefiro a abertura, um bom caminho que nos faça acontecer. Querida, quem semeia vento, colhe tempestade.

      Reconheça. Me abrace. Venha com tudo. Perca a cabeça e ganhe um coração. Não seja tão profissional consigo mesma. Respeitaremos nosso passado, mas não deixemos isso atrapalhar nosso presente. Meu bem, eu não vou mais me despedir de você. Porque não quero ir embora. Porque te quero. Porque minha intuição fala que é você. E você sabe bem por quê...


quinta-feira, 1 de maio de 2014

Não Tenha Esperança Em Desejar Coisas Impossíveis.


Por favor, acenda as luzes
Cada movimento é árduo 
Você me chama e se afasta
Tudo ocorre ao mesmo tempo
Vivo uma bagunça ensaiada

Licença, você não me queria?
Toda tentativa é válida
Por um mundo menos amargo
Não faça nada por pressa
Deixe de agir por desamparo
Sempre derrube por completo
Espanque o meu cérebro
E me deixe mais animado

Insanidade mandou um olá
Sua ingenuidade, como esta?
Cansada de apenas imaginar
Tem vergonha de te falar
Mas o amor desafia a mudar
Até os olhos precisam de um rosto

Tão perto, Tão longe
Nossos segredos nos separam
Você tem os seus e eu tenho o meu
Duas inocências foram perdidas
O medo foi a nossa viga
Eu não posso fazer você me amar?!
Viverei com essa meia dúvida
É o desfecho perfeito para a falsa utopia

Obrigado, você acendeu as luzes
Veja meu rosto e o amor que você não sente
Me dê um pouco de respeito 
Lembra como costumava ser? 
Ele fechou os olhos e se jogou
Era o garoto eternamente atormentado



quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Te Ver.

     A soberania interior veio relembrar o valor do encantar. O pensamento nada pode sobre essa espécie de inteligência pessoal, toque final. Uma construção polida na serenidade de saber do mistério de tudo aquilo que é vivo. 

     Desvendar o céu, o  inferno... a ideia de causa e consequência, a suma importância no moldar para si o que esta por vir. Talvez o segredo esteja na confusão do real com o atual. Aliás, o charme sempre esteve nas entrelinhas, naquilo que não se observou nem registrou e ainda sim, a mente é capaz de reconhecer um encantamento antes mesmo de entendê-lo.

    Tão lindo quando no abrir dos olhos, perduram as sensações não temporais e espaciais dos corpos. Quantas referências há de se escolher! Beija-flor do amor, deseja o que se excita... eis seu charme: esgotar o desabrochar outrem. No esvair do momento, correlacionando as almas, se dão, são, serão, porque essa melodia muda qualquer dançarino. De um jeito ou de outro, o coração é quem dita a balada desses cúmplices algozes. 

     Engana-se aquele que pensa ser carrasco na arte de conquistar. Não há nenhum domínio senão em si mesmo, e após tantas comprovações, ainda é fácil perder-se com uma singela vibração do querer precisar. A isto é que deve-se brindar, o charme que poucos sabem aproveitar...